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terça-feira, 16 de junho de 2015

METAFÍSICA DA SAÚDE II


É importante que estendamos mais detalhadamente o que representa a doença para nós.

A doença é muito mais do que uma mera disfunção natural. Na verdade, ela faz parte de um sistema de controle total que no momento atual se destina a estimular nossa evolução. Não se deve livrar os seres humanos da doença pela simples razão que a saúde de fato precisa dela por ser o seu par polarizado complementar.

O homem está doente porque lhe falta a Unidade. O homem sadio, ao qual nada falta, só existe nos livros de medicina. Na vida real não existe um único exemplar desses.

Pode haver pessoas que há vários anos não mostram sintomas específicos de qualquer doença grave, porém isto não altera a afirmação de que também elas são doentes e mortais.

Estar doente neste contexto significa ser imperfeito, inseguro, vulnerável e mortal.

Assim podemos afirmar que a doença e a  morte destroem a mania de grandeza dos homens e corrigem sua unilateralidade.

O homem vive de seu ego que está faminto de poder.

O eu cada vez infla mais e sabe muito bem como nos pressionar a servi-lo, apresentando -se sempre com novos e mais nobres disfarces.

A doença compensa todas essas unilateralidades na medida em que empurra o ser humano para o pólo oposto, obrigando-o a percorrer a mesma distância que o afastou do centro para um dos lados.

A doença compensa cada passo que damos no interesse do nosso ego com um passo equivalente rumo a submissão e ao desamparo.

Assim acontece que quanto mais capazes e competentes formos, mais nos tornaremos vulneráveis às doenças.

A doença faz parte da saúde assim como a morte faz parte da vida.  Estas frases nos causam desagrado, mas têm a vantagem de poder ser comprovadas por qualquer pessoa, bastando para isso uma observação imparcial dos fatos. Não pretendemos impor nosso ponto de vista, mas ajudar aqueles que estão prontos a se tornar mais conscientes, acrescentado à sua visão costumeira um novo modo de olhar.

A destruição das ilusões nunca é fácil ou agradável; no entanto, ela sempre resulta em nova liberdade de movimentos.

A vida é um caminho repleto de constantes desilusões, uma após outra nos vão sendo tiradas até podermos suportar a verdade.

Assim, aqueles de nós que está preparado para suportar a compreensão de que a doença, a morbidez e a morte são companhias essenciais e fiéis da vida, acabam por descobrir que essa constatação não concretiza desesperança, mas sim a revelação de que aquelas amigas  ajudarão a encontrar nosso caminho mais verdadeiro e saudável.

Muito pouco de nossos amigos, se é que temos algum, são tão honestos conosco ou estão dispostos a expor nossas manobras egóicas, ou são tão sinceros a ponto de nos fazer olhar nossos defeitos, ou seja, enxergar nossa sombra.

A verdade é que, se qualquer um dos nossos amigos ousasse fazer isso, imediatamente nós o classificaríamos como inimigo.

O mesmo não acontece com a doença. Ela é honesta demais para conosco para que lhe dediquemos nosso amor!

Nossa vaidade nos torna tão cegos e vulneráveis quanto aquele imperador cujos novos trajes foram tecidos com suas próprias ilusões.

No entanto, nossos sintomas são incorruptíveis: eles nos obrigam a ser sinceros.

Sua presença nos mostra justamente aquilo que nos falta, aquilo que recusamos trazer a luz, o que fica na sombra e quer manifestar-se e bloqueamos com nossa unilateralidade.

A doença sempre aperta o ponto vulnerável ou o ponto em que somos "infelizes" porque acreditamos ser possível alterar o rumo do mundo com a nossa autoridade pessoal.

Aí basta uma dor de dente, um torcicolo, uma gripe ou uma desinteria para transformar o brilhante 
herói num pobre verme.

É exatamente neste momento que passamos a detestar a doença.

"Prevenir é melhor do que remediar." Prevenir significa submeter-se voluntariamente, antes que a doença nos obrigue a fazê-lo.

É a doença que torna os homens passíveis de cura.

A doença é o ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. 

Para que isto possa ocorrer, temos de baixar a guarda e, em vez de resistir, ouvir e ver o que a doença tem a nos dizer. 

Como pacientes, temos de ouvir a nós próprios e estabelecer um contato com nossos sintomas, para podermos captar a mensagem.

Precisamos nos dispor a questionar nossas próprias suposições e nossos pontos de vista acerca da nossa personalidade e aceitar conscientemente cada um dos sintomas como um professor que deseja ensinar algo sobre nossa forma física.

Precisamos tornar o sintoma supérfluo, na medida em que permitimos que ele faça entrar na nossa consciência aquilo que nos falta.

A cura sempre está associada a uma ampliação de consciência e a um amadurecimento pessoal.

Se o sintoma apareceu, porque parte da sombra aí se precipitou, a cura é a inversão do processo, na medida em que torna consciente o princípio por trás do sintoma, e assim ele simplesmente desaparece do corpo físico.

Do Livro: A Doença Como Caminho de Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke

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